A Associação de Futebol de Ponta Delgada (AFPD) assinou, esta tarde, um memorando de entendimento com a SIGA e, tornando-se pioneira entre as associações distritais de futebol do país, assumiu a condição de membro da aliança mundial pela Integridade no desporto. 

Numa cerimónia realizada no auditório da sede da Associação, em Ponta Delgada, o presidente da AFPD, Robert DaCamara, e o CEO Global da SIGA, Emanuel Macedo de Medeiros, trocaram mais do que assinaturas: também promessas de estreita cooperação para que a Integridade seja cada vez uma realidade do desporto no panorama Mundial, e ainda um veículo de crescimento para o futebol dos clubes das ilhas de São Miguel e de Santa Maria. 

SIGA é o acrónimo de Sport Integrity Global Aliance, uma coligação mundial com sede em Genebra, Suíça, e com mais de uma centena de membros. A sua missão é implementar uma agenda de reforma no desporto, devolvendo-lhe credibilidade através de standards universais de boa governação, transparência financeira, regulação das apostas desportivas e proteção e educação de jovens. Entre os membros da SIGA encontram-se desde Governos a entidades desportivas, passando por organismos estatais, organizações da sociedade civil, patrocinadores da indústria desportiva, detentores de direitos desportivos e a academia, através da participação de várias universidades. 

ROBERT DACAMARA, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE PONTA DELGADA, EM DISCURSO DIRETO:

 “Somos a primeira entidade dos Açores a fazer parte da SIGA, a primeira associação distrital do país a tornar-se membro. Queremos implementar boa governança, e tudo o que comporta uma aliança com a SIGA é, para nós, uma satisfação enorme. Estamos inquietos para, aproveitando estas sinergias, melhorarmos a nossa vida enquanto associação e a vida de cada um dos clubes nossos associados. 

De forma global, sempre que iniciamos um caminho é entusiasmante e há algo que é uma pedra basilar da nossa ação: afirmar a Associação de Futebol de Ponta Delgada com a centralidade que merece. Por vezes reforçamos a nossa condição de ultraperiferia, e vamo-nos apaixonando por esta condição, quando na realidade, se olharmos para o Mundo de uma determinada forma, somos muito centrais. Se olharmos para o mundo ocidental, estamos a meio dos dois blocos principais, a América e Europa. Se a isto juntarmos o papel que povo açoriano teve nas Américas, mais centrais ficamos ainda. 

Com a dimensão que temos, sendo nós a maior associação desportiva da região, não ficaria bem com a minha consciência se não fizesse por trilhar um caminho capaz de conferir centralidade à região. Esta é uma ação de sementeira para colheitas futuras. O olhar para esta centralidade, aproveitando aqui um instrumento valiosíssimo, que é o conhecimento da SIGA. O mundo também se faz de afetos e não podemos esconder que há aqui uma porta aberta, estamos muito à vontade, porque o CEO e fundador da SIGA é o Emanuel Macedo de Medeiros, um açoriano e um amigo.”

EMANUEL MACEDO DE MEDEIROS, CEO DA SIGA, EM DISCURSO DIRETO:

"A minha presença aqui não se circunscreve à formalidade de assinar um acordo de cooperação. Marca a assunção da vontade inequívoca, determinada, empenhada, proativa das duas partes de trilhar um caminho conjunto de futuro, com futuro e para o futuro, com ímpeto reformista, com a convicção das nossas capacidades e profunda comunhão de propósitos e de objetivos. Tudo isto assente no conhecimento da realidade e na convicção de que sem integridade não é possível alcançar-se nada. 

Sem integridade não é possível sequer ser-se digno da confiança das pessoas, dos clubes que investiram e empenharam o voto na direção presidida pelo Robert DaCamara, dos patrocinadores, do Governo Regional, que me afirmou o seu propósito de utilizar desporto nas suas valências para relançar a economia e a sociedade. 

A integridade implica tomada de posição contra o imobilismo, a resignação, contra as ameaças que turvam, comprometem e corrompem o que o futebol tem de melhor: a escola de valores, os seus ideais, o papel insubstituível e insofismável que desempenha em prol da juventude, na formação do caráter. 

Num periodo em que atravessamos os maiores desafios das nossas vidas, essa combatividade, proatividade e generosidade têm de vir ao de cima. Sem comunhão de objetivos, propósitos, vontades e energias não conseguiremos dar a volta. 

Sinto-me especialmente orgulhoso deste acordo de cooperação que hoje aqui assinámos, pois jamais poderia suportar a ideia de liderar uma coligação mundial com quase 200 organizações e não ter os Açores representados e na linha da frente. 

Temos de perceber o papel do desporto numa sociedade que atravessa a maior crise sanitária, económica e social de sempre, cujo fim ainda não está à vista. Não há nenhum país, nenhuma família, que não tenha sofrido. Nesse reconstruir é importante que cada um possa assumir o seu papel e responsabilidades. 

O desporto é uma escola de virtudes, tem de dar demonstracão cabal de que é capaz de de se reformar, para que possa servir a economia global. Este é um desafio que se impõe. Porque é que o Mundo adotou o slogan de recuperar com integridade? 

Porque a integridade traduz a prioridade que tem de ser dada na gestão das expectativas da sociedade. Faz-se não apregoando, mas praticando. É preciso que as instituições desportivas tenham conhecimento, o que implica fazer parte de uma frente unida onde se pode trocar experiências e aprender uns com os outros.”